quinta-feira, 31 de julho de 2008

Humor de Psicologo - v. 3 - Especial Terapia


"Meu pai está sempre viajando e minha mãe nunca se abre comigo... sniff"


"Eu sinto como se as pessoas sempre tentassem me evitar"


Para ver o segundo volume da série "Humor de Psicólogo" clique aqui.

O que é um psicólogo?

Dêem uma olhada nas definições publicadas no site do Yahoo Respostas:

"É um insano, que trata os que estão piores que ele"

"Psicólogo é aquele que se dispõe a ajudar quem ele nem conhece, a tratar de problemas pessoais.É alguém de muita paciência e capaz de muita devoção, ao meu ver. Afinal, ouvir problemas de relacionamento dos outros é sinal de verdadeiro amor ao ser humano. Admiro psicólogos.Quisera eu ter a capacidade que eles têm. Curar a alma"

"Psicológo é uma pessoa que tem um conhecimento empírico ou intuitivo da alma humana"

Só um comentário: Puta que pariu!

Não dá para competir - Volume 4


Para ver o terceiro volume da série "Não dá para competir" clique aqui.

Notícias imbecis, manchetes idem - v. 2


Quem trabalha cabeça é cabeleleiro... não psicólogo! Além do mais, fazer o trabalho de treinador levando em conta os jogadores agora virou coisa de psicólogo? Meu Deus! Outra coisa: observem a foto escolhida para ilustrar a "reportagem". Corresponde exatamente à representação social do psicólogo: o treinador está com a mão no queixo, pensativo, olhando para o infinito e mudo. Nós somos muito mais do que isso! Ou não?

terça-feira, 29 de julho de 2008

Notícias imbecis, manchetes idem - v.1


A "reportagem" diz que Ben Affleck foi a um psicólogo, enquanto a manchete fala em um psicanalista. Trata-se de um psicólogo-psicanalista ou a "reporter" cometeu o velho erro midiático de confundir as duas coisas? Afinal para ser psicanalista não é preciso ser psicólogo. Muitos psicanalistas são psiquiatras, principalmente nos Estados Unidos. Do que se trata, afinal? E a pergunta que não quer calar: qual a relevância desta notícia?

Radovan Karadzic - O psiquiatra genocida


Para maiores informações clique aqui.
Há muito mais psiquiatras genocidas soltos por aí... só que eles não usam bombas ou armas. Usam remédios. Você conhece algum? Eu conheço vários.

Poeira cósmica

Hoje fui no centro, acabei passando em algumas livrarias e novamente, não sei se isto acontece com vocês, me senti pequenininho, mínimo, um átomo de poeira cósmica diante de todo o conhecimento disponível. Queria ter todos os livros, queria ler todos os livros. Quero saber tudo! Meu Deus, quanto conhecimento nunca vou ter acesso! Há tantos livros interesantes, tantos temas relevantes... e o dia só tem 24 horas e temos muitas outras coisas para fazer além de ler! Qual a graça de ser um super-especialista? De que adianta saber tudo de pouca coisa com tanta coisa pra se saber? Particularmente, prefiro conhecer um pouco de tudo do que muito de quase nada. Mas sou um psicólogo, devo ler sobre psicologia, não é? Talvez, mas como me disse alguém um dia "a psicologia é muito bonita para ficar na mão apenas dos psicólogos". Concordo! Há tanto sobre psicologia em livros não-psicológicos, em livros de sociologia, política, comunicação e até mesmo em romances, contos. O grande problema é: os temas estudados pela psicologia estão por toda parte. Se nos focarmos apenas no dito "conhecimento psicólogico" perdemos todo o gigante mundo da "psicologia não-psicológica", ou seja, a psicologia feita por não-psicólogos. Outra grande verdade é: muitas vezes os psicologos tem tão pouco pra dizer... falam só obviedades, bom senso , lugar comum... é foda!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Não dá para competir - Volume 3


Para ver o segundo volume da série "Não dá para competir" clique aqui.

Mercado de Trabalho na Psicologia - “E Agora, José?” Os caminhos pós-formatura em questão!

Assim que pegamos o diploma nos tornamos, com raras e honrosas exceções, psicólogos desempregados. Passamos, em um segundo, de elite intelectual a problema social. Surgem, então, as perguntas: E agora, o que fazer? Que caminho seguir? Há várias opções, mas o essencial é lembrar-se que “para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Reflita bastante, converse com veteranos e profissionais, pese prós e contras de cada caminho e então escolha aquele que lhe parece mais adequado. Com este artigo pretendo discutir os caminhos possíveis para o recém-formado que deseja manter a relação com a psicologia. Falo isso porque o “adeus às armas” (abandono da profissão) é alto. Pesquisas apontam que, voluntária ou involuntariamente, entre 15 e 30% dos psicólogos formados não atuam ou nunca atuaram na profissão. Muitos consideram a psicologia apenas um conhecimento relevante para a vida, outros largam a profissão por motivos pessoais (casamento, filhos, etc), outros não conseguem trabalho, ganham mal ou não se satisfazem com o fazer psicológico e acabam por mudar de área, etc. Enfim, muitos são os motivos para abandonar a psicologia. Àqueles que pretendem resistir até o fim, escrevo este artigo.

Após a formatura alguns optam pelo aprofundamento dos estudos em algum programa de pós-graduação (especialização/ residência ou mestrado). Para seguir este caminho algumas ações são necessárias, principalmente no que se refere à escolha do tema, do orientador e da universidade ou instituto de pesquisa. No caso do mestrado, a elaboração de um pré-projeto de pesquisa é fundamental. Saber inglês também. Para maiores informações sobre esta possibilidade pós-formatura recomendo o livro “Os caminhos para a Pós-Graduação”, de João Vicente Zampieron e Sônia Lúcia Modesto Zamperion (Editora Livraria da Física, 2004).

Outra possibilidade é tentar a sorte no mercado de trabalho. Por esta via há fundamentalmente dois caminhos: tornar-se autônomo ou assalariado. O primeiro caminho está cada vez mais difícil e o mercado extremamente saturado, mas muitos recém-formados optam por ele em função, principalmente, do desejo de atuar na área clínica: uma das poucas situações em que o psicólogo sente-se realmente um Psicólogo, infelizmente. O recém-formado subloca, então, um consultório particular e de cara esbarra em inúmeras dificuldades e reveses: falta de clientes, de experiência, baixo retorno financeiro inicial (e, em vários casos, posterior), etc. É uma luta diária contra a instabilidade da atuação autônoma, mas para quem ama o trabalho clínico, pode valer muito à pena encarar o desafio. Afinal, qual caminho é isento de riscos?

Mantendo em parte esta instabilidade, o segundo caminho - a busca por um emprego - é, atualmente, a melhor possibilidade de inserção do psicólogo no mercado de trabalho. A psicologia torna-se, cada vez mais, uma prática institucionalizada e voltada, predominantemente, para a área organizacional. Por esta via há também dois principais caminhos: o privado e o público.
Com relação ao primeiro algumas dicas preciosas são: elabore um currículo atraente e não-padronizado, o distribua em empresas e consultorias de RH e cadastre-o em sites de emprego (Cathos, etc); fique bastante atento à seção de classificados dos jornais de sua cidade, mas não espere a divulgação de um anúncio, continue distribuindo seu currículo. Muitas empresas só descobrem que precisam de um psicólogo quando um bate à porta. Fique atento também a processos trainee. E, claro, prepare-se para o processo seletivo...
O segundo caminho, o público, é especialmente recomendado para recém-formados sem experiência profissional (normalmente exigida em seleções de empresas privadas) e sem QI (o hiper-disseminado “quem indica”). O concurso público ainda é a forma mais democrática e justa de seleção de candidatos (obviamente há exceções, principalmente na esfera municipal), pois oferece a todos a mesma chance de conseguir uma boa vaga, sem restrições de nível social, etnia, opção sexual, idade e sexo. O que conta é, primordialmente, o mérito na avaliação. Além disso, há a possibilidade de estabilidade profissional (após 3 anos de trabalho), bem como de um bom salário, boas condições de trabalho e um bom plano de carreira, principalmente na esfera federal. A seguir listo uma série de recomendações bem práticas e mastigadinhas que aprendi, por tentativa e erro, durante meu relativamente curto período como “concurseiro profissional”:
1- Informe-se sobre os concursos em andamento e àqueles programados para serem lançados. Algumas opções para isto são: comprar e ler o jornal Folha Dirigida, assinar o site deste mesmo jornal (www.folhadirigida.com.br) e pesquisar na seção Boas Oportunidades, ou então entrar nos sites www.pciconcursos.com.br ou www.redepsi.como.br (nenhum tão completo e prático quanto o da FD). Há também uma comunidade no Orkut denominada Concursos em Psicologia. Vale tudo para se manter atualizado!
2- Escolhido(s) o(s) concurso(s) a ser(em) realizado(s), leia todo o edital. Isto é essencial, pois nele estão todas as informações importantes sobre o concurso: o número de vagas; o vencimento ou remuneração, o período e o preço da taxa de inscrição, a data da prova, o prazo de validade do concurso, o prazo para recursos contra o gabarito e contra o resultado, a matéria da prova, etc. Além disso, é importante observar se o concurso é somente de provas ou de provas e títulos, se exige experiência profissional (hoje, por lei, o máximo que pode ser exigido é 6 meses) e se as vagas estabelecidas são para contratação imediata, contratação temporária ou para cadastro de reserva. OBS: a maioria dos concursos de psicologia (que não tem sido poucos) não tem exigido nem experiência nem titulação. E isto é ótimo!
3- Matricule-se em um curso preparatório (público ou privado) ou, se for muito, mas muito disciplinado mesmo, estude por conta própria. Para a maioria das pessoas aconselho procurar um curso preparatório. Os professores, se bons, fazem toda a diferença na memorização do conteúdo programático e na resolução de eventuais dúvidas. Pesquise bastante antes de se matricular em um destes cursinhos: neste meio há, como em quase tudo na vida, muita propaganda enganosa. 
4- Estude com afinco as seguintes matérias (que são aquelas cobradas na maioria dos concursos): português (gramática e interpretação de texto), matemática e raciocínio lógico, atualidades e conhecimentos gerais, informática e noções de direito (constitucional e administrativo, principalmente). É o estudo destas disciplinas que, no final das contas, fará a diferença na classificação ou não em algum concurso. Obviamente não deixe de estudar psicologia, mas invista bastante do seu tempo nas disciplinas acima citadas. E cuidado na hora de comprar as apostilas de estudo: tem muita porcaria no mercado. Outra coisa: faça exercícios, muitos exercícios. Faça principalmente provas de concursos anteriores. É muito importante conhecer o estilo da banca examinadora. Este é, não espalhem, o pulo do gato!
5- Quanto ao estudo de psicologia, programe-o a partir da bibliografia divulgada junto ao edital. Somente se não houver indicação de bibliografia (o que não é incomum) estude a partir dos temas. O fato é que na psicologia não há consenso sobre quase nada: o que um autor defende o outro nega. Portanto, é fundamental conhecer as idéias e posições dos autores especificados na bibliografia oficial. Em qualquer caso, vale a pena, como complemento aos estudos, baixar e fazer provas de psicologia na internet. Existem também dois livros com questões reunidas e, no primeiro caso, comentadas: Psicologia – 500 questões com gabarito comentado (Luciana Castro, Ed. Campus) e Psicologia – Coletânea de Provas (Ed. Degrau Cultural). O primeiro pode ser encontrado ou encomendado em livrarias da cidade (Vozes, Liberdade, etc.), enquanto o segundo somente no site da Livraria Dirigida (www.livrariadirigida.com.br).
6- Tenha calma e peça calma a seus pais ou parentes: normalmente leva tempo para passar em um concurso público e conquistar a tão esperada independência financeira. O tempo médio para aprovação no Brasil é de cerca de 2 anos e três meses (mas não se assuste pois esta é a média e sem dúvida existem aqueles que demoram 10 anos como há aqueles que passam de cara). De qualquer forma, vale a pena seguir o mantra dos concurseiros profissionais: não estude para passar, mas sim até passar. Se não pensar assim você só vai se frustrar, pois uma coisa que aprendi é não subestimar a concorrência. A dolorosa verdade é que tem gente estudando a muito mais tempo que você e normalmente são poucas vagas em jogo (ainda mais para a psicologia). Basta portanto, 2, 3, no máximo 5 pessoas melhores que você para que você não passe. E uma recomendação: não vá com muita sede ao pote. Faça todos os concursos que puder, porém dê atenção especial a concursos menos concorridos (e, logicamente menos remunerados), pois, quanto maior o salário prometido maior a concorrência. E quanto maior a concorrência, menores são as suas chances. Não estou lhe menosprezando, acredite, estou sendo realista. Assim, se você quiser ganhar R$5.000 em seu primeiro emprego talvez demore um bom tempo; mas se o salário de R$1.500 (mais comum) lhe é razoável, talvez você passe mais depressa. A verdade é que temos a vida pela frente e este emprego será somente o primeiro degrau de uma longa escada. Tentar chegar ao topo de cara pode lhe render um belo tombo (ou vários).
Em qualquer caso, esteja disposto a mudar de cidade. 
Bem, espero que estas dicas lhes sejam úteis. Narcisicamente, espero também que eu esteja trabalhando quando estas palavras forem lidas. Em junho passei em 2 concursos e estou esperando ser chamado. Assim que puder escrevo contando como é trabalhar como psicólogo. Até mais....

terça-feira, 22 de julho de 2008

Humor de Psicólogo - Especial Psicanálise





Resenha: O segredo

Divulgado pela pseudo-revista Veja como “o maior fenômeno de auto-ajuda da história”, este livro, baseado em um filme de mesmo nome e conteúdo é, na minha opinião, uma das maiores besteiras editoriais da história (1). Bata no liquidificador 1kg de psicologia barata, acrescente 500g de física quântica de botequim, adoce com muito (mas muito mesmo) misticismo de segunda categoria e... Pronto! Beba à vontade mas prepare-se para a azia.

Mas vamos direto ao ponto. O Segredo é a lei da atração. Esta lei, apresentada como uma verdade absoluta e inquestionável, “começou nos primórdios dos tempos. Ela sempre existiu e sempre existirá” (2); “é a lei que determina a completa ordem no Universo, cada momento de sua vida e cada coisa que nela você vivencia. Não importa quem você é ou onde está: a todo-poderosa lei da atração dá forma a toda a sua experiência de vida ao ser posta em ação pelos seus pensamentos” (pág. 5). Questiona Boc Proctor, um dos entrevistados para o livro: “por que você acha que 1% da população ganha cerca de 96% de todo o dinheiro que circula? Você acha que isto acontece por acaso? Isto é planejado assim. Esse 1% entende algo. Eles entendem O Segredo, e agora você está sendo apresentado a ele” (pág. 6). Ou seja, a maioria das pessoas do mundo não tem condições mínimas de sobrevivência apenas porque não conhecem O Segredo. Mas não se preocupe: você vai conhecê-lo agora. Prepare-se!

Bem, o Segredo é que os “pensamentos são magnéticos e tem uma freqüência. Quando você pensa, os pensamentos são emitidos no Universo e magneticamente atraem as coisas semelhantes que estão na mesma freqüência. Tudo o que é emitido volta para a fonte – você” (pág. 25). Desta forma, se você pensa coisas boas, o Universo (Deus, quem falou em Deus?) devolve coisas boas para sua vida. Pensamentos viram coisas: “sua realidade atual ou sua vida atual é resultado dos pensamentos que você tem”. Assim, se você deseja dinheiro, amor, saúde, sucesso, um colar de diamantes ou o príncipe encantado, basta pensar positivamente. O universo, como o gênio da lâmpada de Aladim, está sempre pronto para atender todos os seus pedidos (pág. 45). Não importa o quão grandes e ambiciosos sejam: para o universo não há diferença entre 1 real e 1 milhão, entre uma pessoa qualquer e a pessoa que você quer, entre a cura de uma gripe a cura da AIDS. Peça o que você quiser...

Mas não adianta só pedir. É preciso acreditar, mas acreditar que você já tem o que você quer. É o que chamo de Princípio do Auto-Engano: engane-se profundamente que o Universo acreditará em você e fará com que seu desejo se torne realidade. Se você acreditar que é rico, o universo conspirará para que você se torne. Espere sentado. Apenas peça e acredite. Deixe o “como” por conta do universo. Pense “o que” você quer, peça, acredite e receba feliz. Como afirma Joe Vitale, outro entrevistado para o livro, isto é fácil e divertido: “É como ter o universo como seu catálogo. Você folheia e diz: ‘Eu gostaria de ter essa experiência, esse produto, uma pessoa como essa’. É você fazendo seu pedido ao universo” (pág. 48). Peça, acredite e receba. Eis o incrível Segredo. Meu Deus, por que eu não pensei nisso antes? Agora minha vida vai mudar...

Talvez. Mas o melhor mesmo é correr atrás do que queremos ao invés de ficar esperando que o universo nos dê tudo de mão beijada. Neste caminho, pensar positivamente com certeza ajuda, mas não é o suficiente. Até a autora de O Segredo, Rhonda Byrne, teve de fazer um filme e escrever um livro para conseguir o que tanto queria: ganhar dinheiro, muito dinheiro. Por que com a gente seria diferente?

---------------------------------------------------------------

1- E, como toda besteira moderna, O Segredo já gerou filhotes. Após seu lançamento, inúmeros livros surgiram como que pequenos Aliens: “A lei da atração – O Segredo colocado em prática”, “A lei universal da atração”, “Peça e será atendido”, “Muito além do segredo”, “Verdades e mentiras sobre a lei da atração”, “Seu desejo é uma ordem”, “A ciência de ficar rico” (relançamento que inspirou O Segredo), etc.

2- Como algo que sempre existiu começou “nos primórdios dos tempos”? Se sempre existiu nunca começou, não é mesmo?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Nova série da HBO


Não sei se vocês já ouviram falar desta série, mas parece ser muito interessante. Reproduzo abaixo um artigo, retirado do Blognatv, que explica a proposta desta inovadora série:

In Treatment: a Psicologia sendo bem tratada



Por Vinícius Silva


A Psicologia é algo muito comum no universo cinematográfico e também nos seriados. Sempre citamos o tratamento psicológico dos personagens em determinadas séries, filmes que tentam se incluir mais nessa pesquisa investigativa da mente humana para entender qualquer ação que se faça. No filme, por exemplo, Além da Linha Vermelha, o diretor Terrence Mallick se utiliza da batalha de Guadalcanal, realizada numa Ilha do Pacífico durante a II Guerra Mundial, para mostrar como os soldados reagiam diante do conflito. Ele praticamente se esquece do que foi realmente o conflito e concentra a sua narrativa nos soldados que ali estavam.

Não só neste filme de Terrence Mallick, que recebeu, na ocasião, sete indicações ao Oscar, mas ultimamente, devido aos conflitos no Iraque e no Afeganistão, as produções têm procurado entender mais o instinto humano quando os soldados retornam para casa, do que em relatar a própria guerra. Isso pode ser visto em dois filmes recentes: o primeiro, A Volta dos Bravos e, o segundo, O Reino. Ambos tratam dessa luta em dois fronts por parte dos americanoos. Brian de Palma também fez uma obra documental e ficcional sobre a mesma temática, no seu longa Redacted, em que ele também se aprofunda no estudo psicológico dos seus personagens para compreender o pensamento de cada um sobre a guerra ou o porquê de se estar ali.

Existem, obviamente, outros filmes que tem a Psicologia como pano-de-fundo como, por exemplo, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, Gênio Indomável, Bicho de Sete Cabeças, Abril Despedaçado e tantos outros que, se eu me esforçasse um pouco mais, poderia listar aqui. Todos estes tratam muito bem do lado psicológico dos seus personagens, talvez não de maneira direta, mas de uma forma que dá a entender a verdadeira mensagem que os seus diretores estejam querendo passar: compreender a mente humana.

No entanto, uma nova série da HBO, chamada In Treatment, aprofunda na Psicologia pura, como ela realmente é, algo que nunca foi feito no cinema, pelo menos não que eu me lembre. Todos os pontos necessários para se compreender o que se passa na mente de cada ser humano está ali, com diversos casos e problemas, de pessoas com personalidades diferentes, que procuram um terapeuta para ajudá-lo a entender tudo o que está se passando na sua vida. O trabalho do terapeuta: ajudar essa pessoa a achar o seu caminho.
Gabriel Bryrne encarna Paul, o dono do consultório. Na segunda-feira, ele atende Laura, uma médica que está apaixonada pelo próprio Paul. Terça-feira é a vez de Alex, um piloto de guerra traumatizado por ter matado inocentes há anos atrás. No dia seguinte, Paul atende Sophie, uma menina ginasta que tentou suícidio. Quinta-feira chega a vez de Jake e Amy para uma terapia de casal. E, finalmente, na sexta-feira, o próprio Paul se consulta com sua amiga e mentora, Gina.

Assim sendo, a cada semana essas pessoas voltam ao consultório de Paul com uma nova história para ser contada, novos problemas e novas situações. O trabalho do teraupeta: ouvir. E isso é algo que a série deixa muito claro durante os vinte minutos de exibição dos episódios. A única coisa que Paul faz é ficar sentado e ouvindo o que o seu paciente tem a dizer. O texto altamente bem feito, ajuda a dar sustento às histórias, juntamente com as ótimas interpretações dos seus atores.

In Treatment pode causar até um certo sono durante alguns momentos, porque ela se passa em um único cenário (o consultório de Paul) e, durante todo o tempo, ela é construída a partir de diálogos fortes, com a câmera girando em torno do terapeuta e do paciente, além de se utilizar de planos fechados para causar ainda mais impacto para quem está assistindo. Uma espécie de trazer emoção e comoção pela história que está sendo contada. Obviamente que isso ajuda a dar mais realidade, mas principalmente, ajuda a entender o sentimento de cada um quando se senta ali no divã, coisa que não é fácil para ninguém, nem para um adulto quanto menos para uma garotinha.

Além disso, um outro fator interessante da série é a humanização do seu terapeuta, Paul. Durante a semana ele atende todas essas pessoas, mas na sexta-feita ele próprio vai para o divã. É interessante notar porque se pensa que os terapeutas têm respostas para todas as coisas. Mas não é bem essa a verdade. Eles também têm problemas e o que Paul faz em se consultar com uma outra pessoa, o que desmetifica o que normalmente se pensa em relação a estas pessoas. Afinal de contas, são tantos problemas que Paul ouve que ele se vê na necessidade de, não exatamente compartilhar, mas de tentar descarregar um peso que ele tem para si com uma outra pessoa, a amiga e mentora, Gina.

É possível se identificar em muitos aspectos com os problemas contados pelos pacientes. Todos eles procuram achar um significado para as coisas que acontecem ou, simplesmente, procuram se entender. A série não perde o ritmo em momento algum, sendo brilhantemente escrita e melhor ainda interpretada. Recomendável a todos aqueles que gostam de diálogos inteligentes, impactantes, mas também, de uma pequena dose de emoção.

domingo, 20 de julho de 2008

Época Debate - Como salvar a saúde?

O encarte especial Época Debate da semana passada trouxe uma importante discussão: a saúde no Brasil. Os textos, recheados com dados recentes sobre a saúde no país e no mundo, podem ser acessados na íntegra através do link:

Logo na primeira reportagem há a seguinte passagem:
Para cuidar dessa formidável lista de carências, a receita da maioria dos especialistas ouvidos nesse levantamento preconiza continuidade e descentralização. Esse é o papel do Programa Saúde da Família (PSF), criado em 1994. Cada equipe do programa é composta, no mínimo, de um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde. Outros profissionais – dentistas, assistentes sociais e psicólogos – podem ser incorporados às equipes de acordo com as necessidades e possibilidades locais.

A efetiva inserção do psicólogo na equipe mínima do PSF depende, entretanto, da aprovação, no Congresso Nacional, do Projeto de Lei 1125 de 2007. Para quem se interessar a íntegra do PL pode ser acessado através do link:

Curiosidades quase inúteis - Parte 1


Você sabia que existem apenas duas psicólogas com mandato eletivo em todo o Congresso Nacional? Seus nomes são Marinha Raupp e Solange Amaral e ambas são deputadas federais. Seus perfis podem ser acessados, respectivamente, pelos seguintes links:



Somos absolutamente sub-representados. Ainda mais se pensarmos que, só na Cãmara Federal, existem cerca de 50 médicos. Advogados, empresários e latifundiários melhor nem saber...

Não dá para competir - Volume 1





Psicólogos célebres, mas não pela Psicologia - Natalie Portman


De acordo com a revista Superinteressante deste mês, a atriz, linda e talentosa, também é psicóloga, e formada pela conceituada Universidade de Harvard. Após a formatura publicou um estudo a respeito dos processos de retenção de memórias sobre objetos e sua relação com o lobo frontal do cérebro. Ainda de acordo com a revista "fascinada com a nova profissão, Natalie Portman até considerou deixar Hollywood para se dedicar à psicologia. Mas pensou bem e, inteligente que é, resolveu que, por enquanto, vai tentar conciliar as duas carreiras". Linda, rica, talentosa e inteligente... não falta mais nada!

Superinteressante de Julho - Terapia funciona?



Vocês já devem ter visto em alguma banca de jornal, mas vale a pena ressaltar: a reportagem de capa da revista Superinteressante deste mês está diretamente relacionada à nossa área. De uma forma geral, a reportagem está razoável, mas alguns erros crassos e imperdoáveis foram cometidos pela jornalista responsável (uma tal de Denize Guedes). Um exemplo: segundo a reportagem "nesses mais de 100 anos, a psicanálise se multiplicou em diferentes teorias e abordagens, dando origem a uma área mais abrangente, a psicologia". Como assim???? É um absurdo afirmar que a psicologia surgiu da psicanálise. Faltou uma pesquisa mínima por parte da jornalista. Há outros erros, mas nenhum tão grave como este.
No site da Superinteressante há uma enquete sobre o tema:

Terapia funciona?
Vale a pena gastar tempo e dinheiro contando nossa intimidade a alguém que mal conhecemos?


Dêem uma olhada nas respostas... são bastante interessantes. Basta acessar o link:

http://super.abril.com.br/forum/92357_assunto.shtml


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Jornal do Senado

Você sabia que, entrando no site www.senado.gov.br/jornal você pode assinar e receber em casa gratuitamente o Jornal do Senado e ficar por dentro de tudo o que acontece no Congresso Nacional?

Na edição da semana passada saiu a seguinte notícia:

Depoimento sem dano tem relatório adiado

A polêmica em torno do projeto (PLS 35/07) que institui o depoimento sem dano (DSD) para crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual levou Lúcia Vânia (PSDB-GO) a adiar a apresentação de seu relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Sua intenção é votar o texto a tempo de comemorar os 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 13 de julho.– Precisamos debater mais. O projeto é importante, inovador, complexo, por isso precisamos de algumas salvaguardas – disse. O projeto é resultado da CPI da Exploração Sexual (2003 e 2004) e baseia-se em experiência do juiz da 2ª Vara de Infância e Juventude de Porto Alegre, José Antônio Daltoé Cesar, que participou do debate. Ele instituiu o DSD com a inquirição da vítima em sala distinta do acusado e com transmissão ao vivo.Participaram ainda da discussão a representante da Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Veleda Dooke; o da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Fernando Carvalho; a integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, Esther Arantes; e a presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Maria Luiza Moura.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Apresentação

Como começo um blog? Não faço a menor idéia, é uma novidade para mim. Bem, vejamos, por que quero fazer um blog? Para me comunicar. Isto é óbvio! Mas o que é "comunicação"? Segundo o dicionário Michaelis comunicação é "aviso, informação; participação", é "transmissão" É ainda, sociologicamente falando, um "processo pelo qual idéias e sentimentos se transmitem de indivíduo para indivíduo, tornando possível a interação social". Mas a quem pretendo "avisar", "informar" e "transmitir idéias e sentimentos"? Não sei. Talvez ninguém se interesse pelo que eu tenho a mostrar. Talvez uma pessoa, talvez mil. O que sei é que preciso escrever. Mas não se trata de um diário virtual. Considero este blog mais como um espaço de comunicação de coisas que me interessam. Todo blog, por natureza é algo egocêntrico. Skinner (em seu livro "Ciência e comportamento humano"- Editora Martins Fontes), falando do trabalho do artista afirma que, com freqüência este "se confina a uma exploração do que é reforçador para ele mesmo. Quando assim o faz, seu trabalho 'reflete sua própria individualidade', é pois um acidente (ou uma medida de sua universalidade) que o seu livro, peça, partitura, quadro seja reforçador para outros". Da mesma forma, será um acidente se alguém se interessar por este blog, que, na realidade, reflete minha individualidade. Mas, de qualuqer forma pretendo escrever e partilhar artigos de interesse geral dos psicólogos e estudantes de psicologia. Vamos ver no que é que dá...